segunda-feira, 7 de abril de 2008

Tirando a habilitação

Olhos abertos percorrem o quarto, o dia parecia não haver despertado, deveria ser mesmo cedo, o celular programado na noite anterior tocaria às 6:30 hs da manhã, mas ainda continuava em silêncio, os olhos pediam para serem fechados novamente, adormeci...tã....tanananã....tã....tanananã....o sono estava muito bom para ser interrompido, mais o alarme começava a tocar suas notas barulhentas de “arruína sono”, que aumentavam numa proporção em que minha indisposição surgia, respirei fundo levantei em direção a mesinha do quarto, onde geralmente costumo colocar celular como forma de garantir a obrigatoriedade de sair da cama.
As luzes do celular se revezavam com os ruídos num ritmo compassado, no visor a mensagem SONECA, me induzia a voltar para o lugar de aonde não deveria ter saído, mais já era ora de levantar, respirei fundo, espreguicei-me. Lembrei como forma de compensação, que era sexta-feira e de que finalmente o final de semana estava chegando. Oba! Mais o dia ainda estava por começar.
A noite passada havia dormido tarde, fiquei estudando até tarde as leis, códigos de trânsito, direção defensiva, primeiros socorros, mecânica...pretendia tirar a carteira de motorista, e por “incrível que pareça rotineiro”, deixei para estudar de última hora, a verdade é que não lembrava de muita sobre legislação de trânsito, infrações, penalidades, mas sabia que nem mesmo guardas de trânsito sabem tudo “tin tin” por “tin tin”.
Tinha de me arrumar rápido, tinha hora marcada na auto-escola para fazer um simulado da prova que geralmente é aplicada no DETRAN, me arrumei rápido, queria ser a primeira a chegar. A cozinha estava vazia, senti falta da minha mãe que havia viajado, não que eu a associe apenas a esse cômodo da casa, mesmo porque ela odeia cozinha, mas geralmente pela manhã quando acordo, ela já está lá mexendo nas panelas, fazendo barulho...na correria de sempre, adiantando o almoço antes de sair para o trabalho. Preferi comer uma maçã, geralmente pela manhã não tenho muito apetite. Olhei no relógio, já era sete da manhã, lembrei que sempre calculo uma hora de transporte até chegar em Cachoeira, era hora de sair de casa, abri a porta, andei em direção ao portão, abri o cadeado e sair de casa, algumas pessoas faziam andavam pelo quarteirão. Admirava essas pessoas, mas jamais dispensaria meu sono a essa hora para fazer caminhadas, apesar de estar precisando fazer algum exercício físico.
O sol ainda estava tímido, adoro a sensação que a manhã me fornece, ar puro, vento fresco no rosto, raios de sol que por ora incidem sobre minha pele, fornecendo boas energias. Geralmente ando duas quadras enormes, uma reta penosa para chegar ao ponto da VANs, principalmente em alguns horários do dia ou quando estou muito atrasada.
Como disse, gosto de chegar com bastante antecedência no ponto das VANs, pois quando não demoram de passar, passeiam demorando, buscando o máximo de passageiros que o automóvel é capaz de transportar, e um excesso de carga (passageiros) para garantir uma ‘volta lucrativa’. - Muritiba, São Félix, Cachoeira, vai senhora, vai senhor... Muritiba, São Félix, Cachoeira, isso era o que os cobradores sempre diziam, repetiam e diziam de novo para garantirem mais passageiros. Sempre ficava estressada com essa demora.
De resto, me acalmava vendo a paisagem vista da serra de Muritiba, quando o carro se enroscava em suas curvas, mostrando de camarote a beleza do mato verdinho dos morros que rodeiam o vale do rio Paraguaçu, dos gados como pontos brancos, que pastoreiam dispersos nesse cenário, e das cidades de São Félix e Cachoeira sob uma visão panorâmica em aspiral.
Cheguei a auto-escola, cedo, esperei ela ser aberta, a minha prova era às nove horas no DETRAN, tinha em torno de uma hora para exercitar e simular meus ‘conhecimentos’ sobre trânsito e coisa e tal na auto-escola. À frente do computador, lia minuciosamente cada questão, o tempo ao lado, num box da página do programa se encarregava de cronometrar o tempo que gastava para responder uma série de 40 perguntas. Muitas pegadinhas me pegaram de verdade. Ao final de cada série era informado o escore de erros e acertos, e os percentuais em cada assunto. Fiz três séries, tive um bom escore em todas elas. Tava na hora de correr para o DETRAN.
Imaginei chegar em cima da hora DETRAN, afinal já eram quase nove, e o horário havia sido marcado com antecedência, mas ao contrário do que imaginei o já havia uma fila imensa de pessoas à espera de fazer a prova. Pelo que me informei, eram a princípio três computadores e um tempo de 50 min para cada pessoa fazer a prova, pela ordem de chegada ao recinto. Mas um dos computadores havia dado problema e estava sendo examinado.
Pelos cálculos que comecei a fazer na intenção de aumentar ainda mais minha angustia, teria de enfrentar algumas horinhas de espera...somente umas horinhas, nada a mais que isso. Providenciei de marcar meu lugar, logo após de uma menina de camisa verde, sentada ao meu lado e que dava ares de nervosismo e ansiedade. Puxei assunto com ela, era a terceira vez que ela estava fazendo a prova, ela dizia não ser muito difícil, porém sempre ficava apreensiva e se desconcentrava quando via o ‘hodômetro’ do DETRAN, contando a quilometragem da corrida árdua que a prova representava para ela. Preferi não me influenciar por todo aquele nervosismo, tudo iria correr bem. Só não o tempo que andava em marcha lenta e parecia não passar.
Muito tempo depois, chegou a minha vez, ufa, finalmente! A menina de verde indicava que poderíamos seguir em frente, entramos juntas numa sala refrigerada com três computadores, dispostos no canto da sala com visores virados para frente da porta. Uma funcionária bem simpática programava cada computador, liberando os que já podiam ser usados para o teste, outra mais séria e concentrada se encarregava de vistoriar nossos dados em um outro computador, que se situava do lado esquerdo da sala, dando o aval para começar. Ensinou-nos os comandos e nos liberou a começar a prova.
As perguntas iam surgindo, estava calma, apenas um menino ao meu lado, e a nervosa menina de verde, pareciam inquietos e ansiosos, li tudo com muita atenção, tinha receio de cair em pegadinhas, para algumas questões pensei em apelar para o “papai do céu” ou “papai do transito”, algumas eram bem difíceis, outras ‘estavam na cara’. O relógio contava rápido ao contrário do tempo que levei esperando lá fora, ao terminar a prova ainda me sobravam uns minutinhos para revisá-la, pronto, Acabei!
A menina de verde também encerrou sua prova. Mais um clik, nosso resultado, que alívio, passamos...agora é só comemorar, mas o exame prático ainda nos espera, talvez com mais rigidez do que esse.

Um comentário:

Leandro Colling disse...

texto bom, com detalhes muito interessantes, pena que não revisa bem antes de postar. cuidado com a diferença entre mais e mas. erros grosseiros de ortografia detonam qq texto, por exemplo, ora ao invés de hora.

problemas nos trechos

mais o alarme

respirei fundo levantei em direção a mesinha do quarto

mais já era ora de

Lembrei como forma de compensação, que era sexta-feira e de que finalmente o final de semana estava chegando.

Mais o dia ainda

abri o cadeado e sair de casa

algumas pessoas faziam andavam pelo quarteirão

ponto da VANs

Imaginei chegar em cima da hora DETRAN

contrário do que imaginei o já havia uma fila

minha angustia