quarta-feira, 2 de abril de 2008

No gingado da cigana

Unhas grandes com esmalte cintilante, cabelos castanhos ondulados que ela tentar domar com uma escova e o batom cor de cereja que quase sempre usa. Ela chega calma, com passos leves que parecem ser medidos, num ritmo compassado. Sempre com uma bolsa no ombro e a pasta firme contra o colo.
Não parece mais uma menina, com seus vinte e poucos anos já virou mulher. Seu jeito místico é diferente e lhe permite ser uma quase astróloga ou um projeto de cigana. Joga cartas, sabe tudo sobre horóscopo e dá conselhos.
Já morou em Jacobina, em Salvador, migrou para Feira de Santana e agora está em Cachoeira, morando numa República de mulheres revolucionárias. Lá não se bebe leite, só cerveja. Mas ela parece ser mais responsável, tem algo de mãe.
Anda arrumada, usa blusas coloridas, estampadas ou básicas, saias, bermudas ou calças. Mas há sempre um acessório que mais chama a atenção: brincos grandes, lenço no cabelo, sandálias rasteiras brilhantes.
É centrada e avalia as situações em que está envolvida. Mas isso não a transforma numa pessoa passiva, quando é necessário ela explode, grita e contesta.
Sua pele é branca e não há sol que lhe faça bronzear. É cativante e praticamente uma autodidata no computador. Se dedica, gosta de festa, de beber. Pode ser vinho, vodka, pinga, cerveja, mas o predileto é o conhaque. Por isso os mais íntimos a chamam de... Dreyer.

Um comentário:

Leandro Colling disse...

bom, apenas faltam os aspectos físicos para formar a imagem