terça-feira, 1 de abril de 2008

Rascunho das pequenas morais

Nos passos lentos e calmos, é possível escutar o chiar ritmado das suas sandálias no chão do corredor. Já se sabe quem vem. Sua estatura e sua mesura não são iguais. Dois tamanhos, duas medidas. Sempre traz algo na cabeça, tanto dentro como fora, um boné, uma idéia. A mansidão com que anda ,com que fala é tão surpreendente quanto as muitas vezes em que entoa nos ouvidos de quem estiver próximo, versos de um idílico Chico Buarque.
Um pequeno gigante, sempre com sua mochilinha, carrega nas costas, um mundo dividido entre o lá e o cá, criando história e uma outra comunicação nesse ir e vir frenético da vida. Calça jeans ou bermuda, ele é ele mesmo, e todos, algum dia já deram boas risadas do seu jeito moroso de troçar do dia-a-dia. Com outros olhos, além dos castanhos e dos de vidro que traz no rosto, ele vê e impõe ao mundo o seu ritmo.
Sábia boêmia que acolhe a todos, os pequenos e os grandes. Graças a ela, é fácil encontrar no barzinho mais próximo, sozinho ou acompanhado, essa figura misteriosa. Às vezes silencioso, outras falante. Mas sempre com sua calma constante. Tanto poucas, como pequenas palavras, pra dizer quem é esse ser em letra minúscula e em tom maior.


Aline Santos

3 comentários:

Anônimo disse...

Aline parabéns!
Seu texto ficou muitO bom!
Fiquei emocionada!
Vc descreveu brilhantemente JoãoO.!

Bjss

Aline Santos disse...

Obrigado Roberta...seu texto também ficou ótimo!

Leandro Colling disse...

bom texto, mas vcs identificam logo pq conhecem as pessoas. devem pensar no leitor que nunca viu o personagem. por isso, faltam aspectos físicos pra formar imagem