terça-feira, 29 de abril de 2008

“E” de Natureza




Em meados do mês de abril, em uma manhã, algo de muito estranho aparece no centro da cidade de Cruz das Almas, as pessoas passavam, olhavam, se aproximavam, perplexas; curiosos iam se aglomerando, que era aquela coisa?
No meio de centenas de carros que passavam, um, parado, chamava a atenção, uma Kombi, que era uma verdadeira obra de arte, ou loucura alguns diziam, o veículo era todo coberto por um material que lembrava o barro, embaixo desse material, terra, alguns furos por onde passavam caules e as folhas das plantas, no meio dessas plantas, rostos de animais, elefantes, búfalos, bodes... Cercando esse carro foi colocada uma espécie de cerca em forma de círculos, nos quais tinha dentro frases e fotos, frases que falavam do amor ao próximo, defendiam a natureza, a liberdade e a amizade, fotos de lugares por onde o dono daquele automóvel havia passado, atrás da Kombi, um palhaço de aproximadamente 2m montado num cavalo, era puxado pelo carro.
Quem poderia ser o artista? Ou o louco? Logo ele aparece, barbudo, cabeludo, magro, branco, mas com a pele queimada pelo sol, aparentemente 40 anos, com uma blusa branca com desenhos de máscaras africanas; o nome dele é uma verdadeira quebra de regras, “E” de Natureza, pouco a pouco curiosos rodeavam o carro, que também era uma casa, era lá que “E” de Natureza morava com sua família, do lado do carro um bode preto, parecia ser bem velho, era grande, causava medo a alguns que nem pensavam em se aproximar do animal.
Ele era um homem bem misterioso, gostava de conversar com as pessoas, mas não gostava de falar sobre si, era quase impossível tirar alguma coisa sobre ele, nada de fotos, nada de conversas muito íntimas sobre quem é “E” de Natureza, quem tentava ridicularizá-lo ele sempre tinha uma boa resposta, que mostrava que no mínimo “E” não era tão louco como alguns diziam, quem parava pra bater um papo com o viajante, ouvia seus discursos em defesa da natureza e do respeito ao próximo, sempre deixava um som ligado, normalmente Reggae, muitos passavam admirados e faziam elogios que fazia brotar dos lábios de “E” um sorriso raro.
Sem se importar com o preconceito de alguns, ele espunha sua expressão artística ambulante, deixava na beira da cerca uma escultura de uma mão estendida com uma placa sobreposta, que dizia: ajude essa obra de arte a se preservar, não quis dizer de onde é, e na manhã de 28 de abril “E” de Natureza do mesmo modo que apareceu, desapareceu, absolutamente do nada, sem dizer de onde veio nem pra onde ia.

Um comentário:

Maiane Matos disse...

CORRIGIDA POR MAIANE