M de Miss

Por Elton Vitor Coutinho

Seus longos cabelos castanhos sustentam seu corpo macio que mais parece um travesseiro com penas de ganso. A fragilidade com que fala, com a qual resolve seus problemas é de um bebê que acabou de ser separado da mãe pelo cordão umbilical. Sua pele clara e pálida, ora ilumina o seu ser como uma salva lanterna em momentos de apagão, ora escurece sua face por ocultar algo que prefere esconder, caindo em um mar de dúvidas, aquela mesma dúvida que Machado de Assis nos deixou em Capitu.
Seu nariz afilado e olhar sedutor de nada têm a ver com a Monalisa de Da Vinci, mas a sua beleza nos rememora a foto de Martha Rocha quando classificada Miss Brasil.
Tenta sempre achar saídas para as coisas que te falam, é mais que uma resenha de filme, justifica tudo, quase tudo, resume tudo, quase tudo, explica tudo, quase tudo.
Seus defeitos são perdoados ao abrir um lindo sorriso, um sorriso, talvez, ameaçador, mas aquele que sempre deixa um gostinho de quero bis, o bis dos olhos pretos, das maçãs rosas de sua face, o bis da estatura média, dos quadris largos, dos lábios finos, o meu bis de te ter duplicada.