segunda-feira, 7 de abril de 2008

O show da vida

Normalmente, acordo às 5 horas de segunda a quinta. Levanto da cama de solteiro, que fica entre a mesinha do computador e da cômoda. Pego as roupas que irei vestir após o banho, levo tudo para o banheiro que fica a dois metros de onde estou, pois o chuveiro de lá é quente, e o do meu quarto não.
Depois de quase meia hora em baixo da água, saio. Cubro-me com a toalha, levo todas as vestimentas que trouxe de volta ao quarto, e me visto por lá. É o meu ritual diário, uma mania insuportável de não conseguir me vestir no banheiro. Escovo os meus dentes, coloco os “meus olhos” é o que chamam de lentes de contato. Mas prefiro denomina-las assim. Sigo para a cozinha, logo quando entro nessa parte da casa, tenho uma ligeira impressão que estou numa confederação sobre a paz mundial. É tudo muito branco. Sento na cadeira, ligo a televisão, sempre está passando o telecurso-tec, um programa que admiro, infelizmente passa muito cedo, não me sinto concentrada para absorver todas as informações disponíveis.
Tomo meu café-da-manhã. Ele é sempre composto por melancia, pão com presunto e queijo, e um café bem forte que minha mãe costuma a fazer. Levanto, volto ao meu banheiro, escovo novamente os dentes, e chamo meu pai para irmos até o ponto esperar o transporte que me leva até Cachoeira chegar. Ficamos uns quinze minutos esperando, eu sentada e o meu pai de pé andando para um lado e para o outro com a nossa cachorrinha: Princesa. Só que hoje não foi um desse dias, hoje acordei às 11 horas. Liguei o computador, fiquei ouvindo Rebel Girl, do Bikini Kill. Deitei novamente, e fiquei pensando na vida, e principalmente sobre o show que aconteceria daqui a algumas horas, onde eu e as minhas amigas tocaríamos o nosso repertorio ensaiado exaustivamente durante toda a semana. É um dia importante para todas, porque é o nosso primeiro show com as novas integrantes, a guitarrista Amanda Queiroz e a vocalista Adriana lima. Estamos ansiosas para ver como o público vai reagir a essa novidade, já que a nossa ultima guitarrista era muito competente e querida, mas a mãe dela não gostava que ela participasse desses eventos.
Passam-se as horas, Juliete, a baterista, chega a minha casa, ficamos conversando sobre as músicas, mostrei a ordem do repertorio para ver se ela gostava, mas tanto eu quanto ela estávamos muito nervosas. Não agüentamos esperar mais, chamamos meu irmão, colocamos os instrumentos no carro e fomos direto para o Espaço Nobre, local onde aconteceria o show.
Chegamos lá, ás 15:30, porém a nossa banda só iria tocar depois das 18 horas. Chegamos bem cedo. Encontramos as meninas, e fomos vender os ingressos, pois cada banda tinha uma cota a vender, e no final chegamos aos sessenta ingressos.
A primeira banda acabou de tocar, todos estavam nos aguardando. Subimos no palco, e a primeira música a tocarmos foi aquelas que eu estava ouvindo quando acordei: Rebel Girl. Já nas primeiras notas o público reconheceu aquela música que era quase um hino do movimento feminista. Foi muito emocionante ver todas aquelas pessoas cantando, dançando, e aprovando a nossa nova formação. A Endometriose estava de volta, depois de alguns meses parada, e agora voltava literalmente com tudo!
Tocamos cerca de 20 músicas, pois só podíamos ficar no palco por 40 minutos, já que ainda teriam mais seis bandas a tocar, e dias de domingo os shows terminam mais cedo. A última música, que apresentamos foi Elas Podem, de minha autoria. Todos aplaudiram e falavam “Mais um, mais um!”. Ultrapassamos o tempo limite, mas não podíamos deixar o público sem uma resposta positiva, e tocamos mais uma, para as pessoas ficarem contentes.
Saímos do palco muito felizes, recebendo cumprimentos de amigos e até de pessoas que nunca tínhamos visto. É muito boa essa sensação de fazer o que se gosta da forma mais prazerosa possível e ser reconhecido por isso. E em dias como esses a gente sempre pensa negativo, achando que algo vai dar errado. Mas felizmente tudo deu certo. E em breve estaremos gravando a nossa primeira demo. Não vejo a hora.
Ilani Silva

Um comentário:

Leandro Colling disse...

muito bom texto,mas com problemas de vírgulas e acentuação.

Escovo os meus dentes, coloco os “meus olhos” é o que chamam de lentes de contato


e chamo meu pai para irmos até o ponto esperar o transporte que me leva até Cachoeira chegar (pq esse chegar tb?)

repertorio

ultima

chega a minha casa

ás 15:30