quinta-feira, 8 de maio de 2008

Olhos do coração

Maiane Matos

Tum...tum...tum...tuntum, tuntum, tuntum... Por que ta batendo assim, calma! É só mais um ser humano em sua frente. Se continuar assim você vai acabar furando o meu peito e saindo. Ele ta se aproximando, parece estar olhando para mim. Ops! Desviou o caminho, foi beber água. Maldito bebedouro! Por que você existe agora? Ah, me deixa enxugar sua boca pelo menos, por favor? Para! Ele sequer está te ouvindo. Mas pelo menos ele sabe que eu existo e que estou desse jeito por causa dele. Os olhos dele estão brilhando e um sorriso no canto dos lábios está ensaiando para sair. Continua por favor! Tudo bem eu continuo, mas você vai se acalmar? Ta bom vai! A conversa entre os amigos parecer interessante, mas ele está muito sério. Ah, será que ta falando de mim? Cala a boca! Ele passa de um lado para outro carregando um papel nas mãos, acho que está cumprindo alguma ordem do sargento, afinal hoje é o dia de serviço dele. Olhos alheios e cochichos sobre ele aumentam cada vez que passa pelos grupos formados na área do cursinho. É contraditório, um cursinho dentro de uma área militar. Mas funciona, não é? Aff! Já estou quieto. Que lindo ele fica com essa farda! Hei quem falou isso? Foi uma engraçadinha do outro lado. Vou pegar ela e... Você não pode e não vai fazer nada. Quee saacooo! O mistério dele desperta curiosidade, mas sei que ele está olhando para nossa direção e que possui algum interesse nisso. Para dentro, para fora, e nós dois aqui parados só olhando a movimentação. Claro, ele está fazendo isso para chamar, ainda mais, a nossa atenção. Até que você falou uma coisa convincente! Eu sempre falo. Vamos parar!? Ele nos apontou para um amigo, talvez fosse sugestivo se chegássemos mais perto dele, sei lá, disfarçar e perguntar alguma coisa. Vamos! Ousado. Vou fazer esse curso também, acho legal. É mesmo? Não se preocupe que não tirarei sua vaga. Que diálogo mais sem fundamento! É, nessas horas você é péssima. Então faça melhor. A ultima aula chegara ao fim, vamos embora. Já? Não, por favor! E você quer ficar fazendo o que aqui? Os portões se abrem e as pessoas começam a sair uma por uma, devagar. Ainda bem né! Vou pegar minha bicicleta, mas vou demorar de abrir o cadeado. Assim fico mais tempo “perto” dele. Isso mesmo! Vamos sair sem pressa e passar bem perto dele. Mesmo disfarçando, dá para ver o brilho dos olhos dele e a sua inquietação ao nos ver bem de perto. Acho que algo de especial está acontecendo entre a gente. Ahhh, como ele é lindo! Por um instante sentir que estávamos sintonizados, e foi parada no quebra-mola da rua em frente ao portão principal do cursinho, que comprovei isso. Coraçãaaaaaaaoooooooooo, ele está olhando de verdade, e sorrindo! Ah meu Deus! Vou pular desse peito de tanto bater, pareço uma bateria. Engraçado, como ele sabia que eu iria olhar para trás? Como você é ingênua minha querida. O que os olhos não vê o coração senti.

Um comentário:

Leandro Colling disse...

ok, mas com muitos probleminhas, a exemplo:
Por que ta batendo: tá
ta se aproximando: tá e outros tás
Para! Ele: Pára
A ultima aula: última
O que os olhos não vê o coração senti. O que os olhos não vêem, o coração sente. (essa última é grave)