quarta-feira, 14 de maio de 2008

Boca Virgem

- Vai querer maquiagem?
- É, vai coloca isso ai.
- Menina deixa de besteira você vai ficar linda e hoje você deixa de ser BV. Vê se pode? Uma mulher velha dessa já com 17 anos no “coro” e até hoje... nada?
São exatamente essas palavras que ouço toda vez que me chamam para ir a uma festa.
Tô parecendo uma macaca com essa máscara que colocaram em mim. Sinceramente não me reconheço esses olhos pintados definitivamente não são meus. Porque mulher tem que usar essas maluquices toda em? Minhas amigas dizem que mulher sem maquiagem não é mulher. Eu acho que não sou uma mulher, porque odeio!!!
- Não acredito, ela vai? Ta maquiada? Nossa como você está linda!!
- Oh amiga, obrigada!
Tô, tô linda mesmo, parecendo Maycon Jackson, com a cara toda deformada. Tem gente que é besta viu.
Bem gente, estou indo nesta festa hoje com um objetivo perder a virgindade, da minha boca. Minhas amigas dizem que eu preciso beijar, eu não acho que preciso, mas de tanto me encherem o saco vou experimentar essa parada ai. Só estou temendo uma coisa...
- E ai menina pronta?
- Sim, estou pronta.
- Então vamos. Hoje é o dia hehehe...
Saímos, passamos na casa de mais duas colegas, todas abestalhadas quando me viam, e fomos para tal festa.
- Nossa! Como você ta linda
- Obrigada!
De cara já encontro esse idiota, mas tudo bem, sorrisinho para ele, jeito de quem esta feliz com a presença dele.
Com uma cotovelada de leve minha amiga me diz cochichando: - Calma amiga não é esse.
Ufa! Que bom porque com esse ai eu voltava com essa boca lacradinha. Quem será esse infame que não aparece em? Será que é aquele de vermelho que vem vindo ali. Não, não, está com uma garota do lado. Mas por que eu ainda tinha que aceitar perder minha virgindade com um cara que nem conheço? Elas disseram que assim que é bom, para beijar e deixar lá. Será que é mesmo? Só estou imaginando aqui a hora do beijo, como deve ser em? Ai que nojo. Mas tudo bem, “força na peruca” e hoje deixo de ser BV, pelo menos para felicidade das minhas amigas.
Passados meia hora. – Querida! Olha lá, é aquele.
De camisa preta, calça jeans, pele branquinha, olhos puxadinhos (deve ser descendente de japonês), cabelo preto espetadinho duro de gel, dentes brancos no sorriso sarcástico, um andar lento, chega até nós.
- Oi?
- Oi?
E o silêncio tomou conta da galera.
Meio sem jeito minha amiga me apresentou a ele.
- Olha, é essa aqui a colega que havia te falado, lembra?
- Sim, claro!
Dirigiu-se para perto de mim no sentido de pegar em minha mão que no momento estavam cruzadas e logo foram descruzadas para ir ao encontro da mão dele, que também me deu beijo de um lado e do outra da bochecha. Acho que deve ter ido algum vestígio de maquiagem na boca dele.
Na festa, o tempo todo ele me olhava como se quisesse me devorar. Fiquei até com medo do que poderia acontecer. A virgindade que queria perder era só a da boca.
Passado mais ou menos duas horas de “frete seco” é chegado o momento.
Puxou pela minha mão, que novamente estavam cruzadas. E fomos em direção a uma praça próxima. A praça era escurinha, os bancos tinham um distancia de um para o outro, acredito proposital para que os casais ficassem a vontade, afinal o nome da praça é Jardim dos Namorados.
Sem ao menos uma preliminar, o ato rolou. Não sabia direito o que fazer, na hora não conseguir lembrar de nenhuma das técnicas que treinava em casa. Quando vir a língua dele entrado na minha boca achei que ele fosse me matar, já não conseguia respirar direito e naquele momento ficaria sem ar completamente. As mãos dele não paravam quietas, alisavam meu corpo, sentia um arrepio da cabeça aos pés, mas mesmo assim estava uma estatua. O que devo fazer fecho os olhos ou não? Até tentei, mas não conseguia era muito estranho aquela sensação, meus olhos estavam estatelados de um jeito... Opa! Olha a mão boba, taquei um “tapa” naquela enxerida. Que nada! Passando a mão assim não. Que cara insistente viu, novamente.
E nada de conversa, nem me lembrava o nome dele mais. Mas acredito que a idéia era essa.
Todo mundo fala que o primeiro beijo a gente nunca esquece, eu realmente nunca esqueci, afinal foi a coisa mais pitoresca que já havia experimentado.

Um comentário:

Leandro Colling disse...

bom, com alguns problemas de vírgulas e acentos, a exemplo:
coloca isso ai. aí
ir a uma festa. à
maluquices toda em . hein?
Passados meia hora. passada