quinta-feira, 27 de março de 2008

Pela muralha de vidro

Ploc...ploc...ploc... Suposto som ouvido do lado externo da muralha de vidro, onde pingos d’água que mergulhavam sobre seu batente, substituíam a contabilização do tempo impondo uma atmosfera tensa e misteriosa àquele lugar. Dali também figurava uma paisagem singela e ao mesmo tempo viva do ambiente externo, árvores majestosas de folhas variadas em tamanhos e características fisiográficas, verdes vivos verdes que imperavam em sua magnificência, balançavam ao ritmo suave e por oras rijo do vento, que parecia às vezes isentar-se de sua substância, paralisando a cena e imortalizando-a como quanto à uma imagem estática, ilustrativa, porém fria, igual sensação experimentada do lado interno do vidro, capaz de congelar pensamentos, emoções, sensibilidades....mãos e dedos, que resistiam e movimentavam-se freneticamente sobre teclas de um tabuleiro escuro como as idéias turbulentas, sombrias e descordenadas que cruzavam o pensamento.
O silêncio era por vezes substituído por barulhos de serras cortantes e ensurdecedoras, carros em movimentos, buzinas, conversas e gritos que por ora eram ouvidos, sufocados e filtrados pela redoma de vidro, cimento e madeira que formavam a sala, a qual o ar gélido imperava impondo a sua secura estéril. Jornais colados na muralha de viro esquerda bloqueavam uma das cenas externas que se tinha do recinto, ilustrando letras minúsculas e ilegíveis, figuras impressas e caricaturadas que traziam humor e reflexões diversas àquela tela abstrata e pós-modernista que avistava. Computadores por todos os lados, cadeiras dispersas, desfileiradas, chão vermelho “vivo morto”, paredes brancas e mal conservadas...pessoas conversavam, não estava só....mais o tempo passava rápido, os pingos d’água na janela não deixavam supostamente de ruir ploc...ploc...ploc.

Um comentário:

Leandro Colling disse...

Uma boa tentativa, mas, mesmo eu sabendo qual é o lugar, não formou uma imagem nítida. continue tentando, tá no caminho. não exagere dos gerúndios