Albino Rubim discute sobre cultura

O professor da UFBA participa de debate no CAHL promovido pelo Núcleo de Estudos em Sociedade, Poder e Cultura (Nespoc)

Por Gislene Mesquita

Na sexta-feira, 14 de março, foi realizada no Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL) uma palestra sobre cultura com Albino Rubim, professor titular da Facom/UFBA, com o tema Conversa sobre cultura, comunicação e contemporaneidade. A palestra contou com os professores que participaram da mesa, Luiz Nova, Leandro Colling e Paulo Miguez.

Um dos temas tratado no debate foi a politização da cultura. Segundo Rubim, apesar da cultura não estar mais submetida à política, elas estão relacionadas. A esse fato atribui-se a mercantilização da cultura que teve início no final do século XVIII, com a formação de um público leitor formado principalmente por mulheres.

No século XIX, esse processo ganha mais peso com a mecanização da imprensa, proporcionada por Gutemberg. O jornal se torna empresa capitalista que produz bens culturais. Até então o capitalismo não estava relacionado à produção cultural. “A partir daí se inicia a reprodução técnica dos bens culturais, não importando mais o original, a cultura passa a ser relacionada com a base tecnológica”, diz Rubim.

A culturalização da política também foi tratada. Esse termo se refere a um conjunto de temas que inicialmente eram culturais, mas, passam a ser considerados políticos. “No século XX, a política se abre a um conjunto de temas que vem da área cultural, temas como a questão da mulher na sociedade, a relação do homem com a natureza”, fala Rubim.

Rubim explicou também a culturalização da economia. “As pessoas costumam achar que esse termo se refere a adornos colocados a produtos para dizer que eles são culturais, mas não é só isso, é muito mais profundo”, diz Rubim.

O termo, na verdade, se refere à percepção de que mesmo os bens materiais têm dimensões simbólicas. O simbólico é o que agrega valor, é a culturalização da economia. A dinâmica econômica tem tornado as dimensões simbólicas cada vez mais importantes. É nesse contexto que entra a expressão muito usada atualmente de “indústrias criativas”. “É muito importante para o CAHL trazer um palestrante como o professor Albino Rubim para tratar de cultura e contemporaneidade”, disse Elton Vitor Coutinho, estudante de Jornalismo.