quinta-feira, 27 de março de 2008

A natureza e o silêncio

Por Maiane Matos

Ao som dos pássaros e do riacho que corria depressa, a rua ia ganhando vida. Casas coloridas, quase todas no mesmo estilo e padrão: baixa, uma porta, duas janelas, fechadas, silenciosas.
Em frente a elas, amendoeiras, varal de roupas e alguns tinham lençóis, calças, toalhas e blusas, postes de energia, jardins com pequeninas flores lilás e amarelas balançadas pelo brando vento que corria, lixeiras e lagartixas “brincando” completavam aquele ambiente solitário e vivo de natureza.
Borboletas de diversas formas e cores, folhas caindo das árvores, carros passando pela estrada acima, crianças gritando. Mas a rua... Silêncio!
Ao longe apenas ela. Pés descalço, barriga molhada, roupas na mão prontas para serem estendidas na corda de roupas feita de fio de eletricidade, ia dividindo a sua atenção entre os filhos na rua e eu. E o silêncio permanecia; por vezes nublado, por vezes brilhando.
No chão de pedras um encontro, uma recusa, um momento de selvageria e amor. O casal de lagartixas cometendo o ato mais brutal e prazeroso entre os seres vivos. Era a natureza daquela rua sendo protagonista da cena. Nostálgica, melancólica, nua, vazia? Talvez fosse o olhar daquela mulher sobre mim que me deixara essa sensação ou a rua ainda dormia.

Um comentário:

Leandro Colling disse...

boa tentativa, tem boa observação. terceira linha tem um probleminha gramatical. mais detalhes ajudaria a formar melhor a imagem