quinta-feira, 27 de março de 2008

Do caminho ao jardim.

Jadson Dias


As nuvens cobrem parte do céu, ainda nublado. A luz passa pelo vitral transparente, tornando claro o cenário. Abelhas mortas, secas, sem vida se debruçam pelo chão vermelho, riscado de preto pelo solado de alguma sandália, dividindo espaço com mariposas desbotadas, devoradas por formigas minúsculas, talvez uma dezena delas.
Do lado de fora, grama é bastante verde, algumas folhas mais largas, outras bem menos espessas. Flores azuis, de um azul claro e vivo, fazem contraste aos cactos, apenas três deles, o mais alto com cerca de 60 cm, os outros dois, com menos da metade da altura. Seus espinhos pontiagudos fazem contraste ao seu topo vermelho aveludado e macio.
Na parede cinza e áspera ao fundo, uma lagartixa sacode a sua cabeça, sua calda é mutilada. O mamoeiro de tronco fino, sem frutos, debruça suas folhas, aparentemente frágeis. Pardais pousam a todo instante, um pássaro de peito amarelo, com o dorso preto, com riscas brancas na cabeça, toma espaço entre as folhas do pé de mamão, que está colado a um tronco largo, retorcido. Um pote sem cor, rodeado de pedras em vários tons de cinza e marrom, contrasta com a paisagem calma. Num pequeno copo descartável branco cheio de água da chuva, se escondem insetos, sucumbidos, afogados. Marimbondos zumbindo, fazem vôo rasteiro. As cordas pretas e sujas, enroladas em pedaços de madeira desgastada, fazem à proteção da paisagem.

Um comentário:

Leandro Colling disse...

muito bom, acho o melhor texto da turma.