segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Segunda-feira, que merda!!

Danielle Souza

Com a claridade da manhã Danielle Souza despertou às 05:59. Ufa... ela ainda tem uma hora de sono. Embalada pela leve brisa e pequena sonoridade do ventilador ela volta a dormir. A sua única hora passa e quando tudo se torna silêncio ela acorda. São 07:00, ela se mexe, boceja, se espreguiça e seus olhos vão de encontro ao ruído em direção a porta. Era Camila, sua companheira de quarto, que segue para o banheiro. Enquanto isso permanece deitada, aproveitando mais uns minutinhos de sono. Já são 07:07 e mesmo apertada para urinar a vontade que Danielle tinha de cochilar mais um pouco era maior. Passaram-se alguns segundos, pequenos ruídos vinham do quarto ao lado, o ranger da cama, o arrastar de sandálias, é... mais alguém havia acordado. Danielle já não podia mais adiar o impossível, levantou-se e com toda preguiça do mundo, foi ao banheiro. De volta ao quarto ela se depara com um corpo estendido na cama ao lado da sua, era Camila lutando contra o sono. Foi então que ela resolveu escolher uma roupa, afrontar o chuveiro e às 07:50 com toda a lerdeza do mundo encarou o velho caminho até chegar à faculdade. No caminho nada de novo, tudo no mesmo lugar, do mesmo jeito, com o mesmo cheiro... apenas o sol, que mesmo cedo, já incomodava.
Ela anda, anda e anda. Entra em ruas, sai de ruas, atravessa ruas, até que o Cahl mostra sua cara. Bons Dias são ofertados na entrada, e sem enxergar mais ninguém ela passa batida para sala de redação. Com o tempo de dar uma olhadinha só no orkut e no msn, a aula começa. São horas de discussão em sala, até Leandro passar a atividade e Danielle começar a escrever o seu diário. As pequenas frases, os pequenos parágrafos apareceram, mas na boca de meio-dia, e com a fome do cão, ela dispara pra casa. Ela nem conseguiu analisar direito o que poderia estar acontecendo a sua volta, tudo culpa do calor infernal que pairava em Cachoeira. Senhor, ela suava!! Quente, tava era quente. O vento que soprava era quente. Cachoeira deveria estar com o calor de 40º. Mas finalmente uma casa laranja fica a sua vista. Era ela a esperança de uma fresca, de uma água fresca, de um banho fresco.
Banho tomado, barriga cheia, dentes escovados e com horário da aula atrasado, às 13:00 ela retorna à faculdade. São mais três horas e meia dentro da mesa sala, na frente dos mesmo computadores, vendo as mesma pessoas, de diferente só Alene, a bronca dada e o assunto a ser tratado, jornalismo on-line.
17:00 Danielle e Camila seguem em direção a beira do rio. Tudo parecia tranqüilo. Até avistarem um homem enraivado correndo com um facão na mão atrás de um rapaz, sabe lá por qual motivo, por que razão. Ela só viu um furdunço. Uma correria retada, gente pra todo lado e Camila apreensiva grita:
- Binha, ô binha...sai da rua.
Danielle rindo responde:
- Ô binha, ele ta correndo pra lá e não pra cá...
Rindo, as duas seguem e do ocorrido só escutam mais uma observação:
- Chama a polícia, rapá...
A 25 deu as caras. Tudo tranqüilo, uns gato pingado nos bares e quase ninguém nas ruas. O Paraguassú surge, e encantadas com a vista Danielle e Camila se distraíram. Os pensamentos rolavam soltos. Nada parecia tirar a concentração dessas duas, até que gritos de desespero, cada vez mais altos, foram disparados:
- Dani, Dani, Dani...
E uma cena que no mínimo deveria ser trágica, acabou sendo cômica. Pois lá estava Dani, uma menina gordinha, morena, de no máximo 13 anos, se embolando nas escadarias do rio Paraguassú, enquanto a amiga estava em prantos gritando o seu nome. Os olhares de Danielle e Camila se cruzaram, enquanto as risadas permaneciam engasgadas e sem saber se socorria ou se ria, elas continuaram nos seus devidos lugares, apenas apreciaram a cena.
Passado o ocorrido, e mais um minutinhos na beira do rio, elas se mandaram para casa. Sem dinheiro e com fome, era a única alternativa. Afinal, depois de ter passado o dia inteiro dentro de um laboratório de jornalismo, ainda restavam para elas uma bendita aula de Leandro Colling às 19:30 da noite.

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