segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Mais um dia, como outro qualquer

- Hamurabi, já são 5 e meia, acorda! – uma voz feminina acorda nosso personagem, muito antes da hora programada por ele, ainda na noite anterior.
Ele custa a acordar, se espreguiça, enrijece os músculos, tenta de toda forma sair de seu sono para enfrentar mais um dia. A passos ritmados e lentos, caminha ao banheiro, tira a sua roupa e cai direto em uma rajada de ducha fria, sem pena, pra acordar mesmo.
Bip. Bip. Bip.
São 5h40 exatamente a hora que seu alarme dispara, alto, ele ri, brinca e diz:
- Hoje eu acordei antes do alarme tocar. Não preciso dele.
Mal sabe ele que só por hoje.
- Minha mãe põe duas fatias de bolo e meu café, por favor.
Com a voz baixa para não acordar ninguém, se recolhe ao quarto e começa a se vestir, passa perfume, arruma a sua mochila, já salivando a espera da primeira mordida no bolo que lhe aguarda junto à xícara de café.
A televisão ligada o distrai, porém, ele está preocupado em devorar o seu café, pois o tempo corre e muito rápido, logo o carro já estará buzinando em frente da sua casa para sua rotina tão habitual e repetitiva, da qual ele se acostumou rapidamente: viajar à Cachoeira.
Ele nem termina de pensar na viagem e o carro já está na sua espera. Ouve o barulho da buzina, se despede e vai ao encontro do veículo verde e espaçoso estacionado na sua frente. Abre a porta do veiculo, vê duas pessoas. Apesar de ser dia, o fumê nos vidros do carro torna o ambiente um pouco escuro. Mas identifica as duas pessoas, que ainda tentam prolongar o que ele já perdeu: a vontade de dormir. Daniela e Lorena ocupam a última fileira de bancos. Lorena, pele escura e cabelos trançados, e Daniela com uma tez mais clara e cabelos lisos, se dispõem pelo banco como se ainda estivessem em sua cama. Da primeira fileira ele observa e ri, porém não sente inveja. Durante uma hora de viagem, vê, como se fosse um filme diante de seus olhos, a paisagem passar na mesma velocidade do automóvel, que sinuosamente faz o trajeto até a universidade. Chega ao local e uma dor de barriga faz uma gota de suor escorrer por sua testa até o momento em que ele pára, senta e respira fundo. A gula que o tomou na noite anterior o faz lembrar o motivo da súbita dor que o perturbou. Ás 8 e meia começa a aula. Um loiro a falar, falar, falar e alunos a escutar e discutir. Ponto de seguimento na discussão e agora ele começa a escrever sobre seu dia.
Às doze horas, sob o sol torrencial da Cidade Heróica sai para o almoço. Caminha cerca de cinco minutos ate chegar ao restaurante de sua escolha. Chega ao local, lava as mãos, monta seu prato e come, degustando o seu almoço. Mais pessoas chegam ao recinto e aquele burburinho de vozes o faz sair do lugar. Caminha novamente pelo mesmo trajeto, agora no sentido inverso, de volta a universidade. Aula, postagens, matérias, professor falando e ele se prepara para ir embora.
17 horas e sai para esperar o transporte que o leva para casa. Ele queria ficar e saber o que vem depois do ponto de segmento daquela aula pela manhã. Mas ele lembra que tem seminário no outro dia e tem que estudar para tal. O carro chega ele se dirige para aquele ambiente escuro em que a paisagem ira passar como um filme pelos seus olhos e amanhã ele ira acordar cedo, talvez primeiro que o despertador, ou não, e ai irá tomar uma ducha fria... E será mais um dia como outro qualquer. Até quando?

Hamurabi Dias

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