segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Certo dia na 25

Por Sandrine Souza

Depois de vinhos e cervejas regados ao cansaço das desilusões, ela não quer ver ninguém. Até queria em algum momento daquele dia, mas agora não mais. Tentou fumar o mundo nos tragos do cigarro para sentir-se mais forte na tentativa de desafiá-lo. Conversava putarias com amigos de bar, mas a vontade era de se enterrar em algum canto escondido e escuro. A putaria rolava...
O Gogoboy conta de surubas vividas com muitas mulheres, homens e direito a chupadas voadoras. Bibi também entra na conversa com um ar de riso insinuante e irônico: - Da próxima vez me convida?
O Gogoboy fica sem graça com a pergunta. Mas, não deixa de mostrar simpatia. Logo envereda com outro assunto: - Vocês já tiveram orgasmos múltiplos? - referindo-se às mulheres da mesa com cara de insinuação.
O Superego, que parecia estar desinibido neste dia, disse que sim com empolgação de quem relembrava aquele momento: durante o sexo e de outras formas também.
Sempre contida, a Menina Mulher, naquele dia com ar de empolgação, disse não.
Ela, a outra, preferiu não se pronunciar até lhe dirigiram a palavra, quando respondeu “depende”, com olhar desconcertado. Tenta se reservar de uma conversa com alguns ainda não tão íntimos assim. Ela também não queria muito papo.
A Menina Mulher investe no assunto e volta atrás na resposta: - Há... depende também. No sexo não, mas já de outras formas.
O papo e o clima esquentam a cada gole de cerveja. As línguas rolavam soltas falando de desejos e de experiências excêntricas. Aos poucos o álcool faz ela se sentir à vontade e falar. Ela confirma que também já teve.
Bibi fala de sexo oral: - Tem gente que pensa que meu pau é picolé, fica só lambendo. Eu digo logo “Chupa porra”! - Todos riram.
O Gogoboy não perde a oportunidade para falar das habilidades de sua língua estranha, que se dobra e faz movimentos inimagináveis.
O Superego comenta sua falta de sexo e anuncia que a qualquer momento sobe pelas paredes: - São seis meses sem... Seis meses!!! - fala tentando fazer graça das próprias verdades, ou tentando mostrar uma inverdade fajuta na sua verdade. Bibi propôs ajudá-la, depois, lembra do impedimento de um compromisso. Superego insiste. Bibi diz não.
Bibi se empolgou e propõe uma suruba: em um lugar com piscina, homem com homem, mulher com mulher e homem com mulher, fazendo muita putaria com quem tivesse vontade. Alguns toparam; o Superego não. No balneário? Talvez.
Quase que sem se fazer notar Ele chega com ar de que o mundo gira a seu redor, com aqueles olhos negros e fortes que convidam ao sexo - esperemos um pouco. Ele não se pronunciava, apenas olhava como um felino que fareja o terreno. De repente um convite com olhar firme, que emana chamas ardentes...
Ele: - vamos para sua casa?
Ela já estava excitada.
Eles foram.

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