segunda-feira, 3 de novembro de 2008

OXENTIIIII!!!

Caio Barbosa

Sabe aquela mulher assanhada, que tem a voz bem fina e que fala rápido demais? Minha mãe diria que ela engoliu um vitrola. Eu considero a forma como ela fala comum às mulheres do interior. Por favor, não pensem que sou preconceituoso, mas acredito que existe um jeito especial de falar das mulheres de cidades pequenas. Elas gritam com seus filhos. Falam tão rápido que às vezes não conseguem completar a última palavra das frases. Essas mulheres demonstram o quão assanhadas são somente com o simples pronunciar de algumas palavras. Essa garota é assim.
Mora com mais duas outras que também se encaixam nesse perfil do assanho exacerbado. Uma delas, talvez por ser conterrânea, parece mais próxima nas atitudes.
Adora uma resenha. Por favor, jamais se atrapalhe ou esboce um deslize de idéias na frente dela que você vai ser castigado por horas, dias ou até meses. Aquela língua é desgraçada de ácida.
Se tem algum “furdunço” no CAHL, pode ter certeza que ela vai dar um parecer. Na ocupação, por exemplo, não teve um momento em que ela não desse um “pitaco”.
Em tudo, ela é vistosa. Mais alta que as demais colegas, os cabelos escuros com um cacheado particular – próximo ao couro cabeludo, os fios parecem bem compactos, mas depois se desprendem em cachos que balançam com o movimento mais tímido possível, lembrando que timidez é quase inexistente naquela tagarela.
O rosto se esconde nesses cachos que não são poucos. As orelhas são grandes, mas não aparecem tanto também por conta dos cabelos. A testa é larga. Em algumas épocas, fica com o rosto bem marcado por espinhas – chega até a se formar uma mancha escura na região das bochechas. As sobrancelhas são compridas e afinam à proporção que fazem o contorno do formato dos olhos. Eles são escuros e mudam de tamanho por conta do grau das lentes dos óculos. Sem o instrumento, ela revela que tem olhos pequenos. Eles chegam a se perder na face quando de um sorriso mais largo.
A moreninha adora usar umas camisas coladinhas no corpo e bem decotadas. Percebo que gosta de mostrar as costas. Uma mini-saia também nunca é dispensada e olha que ela tem as pernas bem compridas. O calçado predileto é Havaianas. Cada dia da semana, está com um par diferente. Tem uma coleção de modelos e cores as mais variadas possível.
Já percebi também que ela se irrita com grande facilidade e, quando está nervosa, é que dana a falar. Joga tudo na cara. Se não gosta de você e tiver oportunidade – geralmente ela procura essas futricas – vai te dizer: “Olha, eu não me bato muito com você não. Você é meio estranho, né?”.
Nos conhecemos logo na primeira semana de aula dela aqui no CAHL. Criamos uma afinidade fora do comum. Toda vez que acontece um fato bizarro na sala, ela olha logo para mim. Se estiver longe, se move o máximo que puder – nem que seja para dar um suspiro mais intenso e dizer: “Você viu que miséria?”.
É também de uma doçura e delicadeza imensuráveis. Já me pegou chorando e o abraço foi tão confortante e sincero... Me viu aprontando pelas ruas da cidade também e aí foi hora da “gasguita” entrar em ação. Ficou tão louca de ver dois homens paquerando que não pôde evitar um grito eufórico de surpresa, aversão à situação e, ao mesmo tempo, felicidade de ver o amigo se dando bem. Esse grito intitula essa descrição.
Eita menina que adora uma crítica!!! E o pior que não tem cara nem coração. A gaiatice se estende até mesmo ou, quem sabe, principalmente, aos professores. Com Leandro é que ela fica meio cabreira. Sabe que o buraco é mais embaixo. As resenhas dele geralmente são no “mute” – no máximo, uma olhada atravessada. Por sinal, acabou de dar uma agora...

3 comentários:

Camila Moreira disse...

Vou processar!!

Caio Barbosa disse...

e precisa?
rsrs

Leandro Colling disse...

bom, tem várias observações que ajudam a formar imagem, mas algumas comparações com pessoas conhecidas poderiam ajudar mais