segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Dia 10 de novembro de 2008, sonolência: teu nome é Daniela

por Daniela Oliveira

05h00min da manhã. O despertador toca, Daniela desliga-o e volta a dormir. 15 minutos mais tarde, toca novamente. Ela finge não notar, desliga e volta a dormir. As 05h20min é inevitável não notar a presença do celular apontando: horário de levantar. Levanta ainda de camisola, com os cabelos bagunçados, desliga o ventilador, começa as suas orações matinais enquanto arruma a cama. Segue direto para o banheiro, ainda numa espécie de transe, a sonolência é evidente e incômoda, é mais forte do que ela. Coloca suas roupas e objetos pessoais no banheiro. Toma banho. Retorna ao quarto e penteia os cabelos. Olha no espelho a sua cara "amassada" e os olhos inchados, parecem ainda não ter acordado. Dirigi-se a cozinha. Prepara em uma xícara, leite em pó e açúcar. O pai coloca aula fervente. Senta-se à mesa calada. As únicas zoadas ouvidas são a da panela de pressão e o barulho da colher que ela usa para mexer o leite quente. Come rapidamente. Segue para o banheiro e escova os dentes. Arruma, ou melhor, joga celular, chave, carteira, tudo dentro da bolsa que mantém aberta. Liga o computador. O quase vício de orkut faz com que seja inevitável uma rápida olhada na sua página de recados. A rápida olhada passa a não ser mais tão rápida quanto deveria. Envia vários recados para o namorado, afinal 1 ano e 9 meses de namoro merecem vários recados. Olha seus recados, não responde a nenhum. Fecha a página e põe o PC para desligar. Dirige-se a sala da frente, onde abre a porta, coloca a bolsa, o caderno e a pasta em cima do centro. O barulho de uma buzina parece acordá-la por alguns minutos da sonolência. Pega a bolsa, o caderno e a pasta, vai rapidamente para a porta cozinha: "Mãe, eu já vou! Desliga o estabilizador do computador tá?" e ouve como resposta: "Já vai? certo, eu desligo. Vá com Deus". Dani, como todos a chamam, abre o portão, abre a porta da van verde que está a sua espera. Entra, olha para o Danilo, o motorista e dá bom dia. Senta no último banco, próximo à janela, como já é habitual. Olha para Lorena, sentada ao seu lado, na outra janela e repete o gesto: "Bom dia". Balbucia algumas rápidas palavras sobre o quanto está com sono e sobre o show da noite anterior. Abre a bolsa, pega os óculos escuros e põe no rosto para tentar disfarçar o sono. Se acomoda no canto da janela e adormece, um sono meio inconstante, acordando, ou melhor, abrindo os olhos diversas vezes como uma maneira de se situar, saber aonde está. Acorda, de fato, em uma estrada próxima a universidade. Os olhos insistem em manterem-se fechados, ela luta e tenta deixa-los abertos. A van pára. Algumas pessoas, além dela, descem. Ela dirige-se ao portão, entra na universidade e logo encontra um lugar para sentar. Tenta afastar o sono, conversando com seu colega de sala, Hamurabi, sobre a rodada do Campeonato Brasileiro e do quanto está feliz por seu time permanecer na liderança. Leandro, o professor, e Caio um colega de sala, sobem as escadas. Ela troca algumas palavras com Caio que sai, deixando-a tomando conta da sua mochila. Alguns minutos mais tarde o professor dirige-se em direção a sala, prontamente pega sua bolsa, entrega o seu caderno e a pasta a Hamurabi que está a procura do material da aula de hoje, recolhe a mochila e a sacola de Caio, que entrega a ele no meio do trajeto,e finalmente vai para a sala. Com o tempo dado para esperar os demais colegas, enquanto o professor lê uma revista, aproxima-se de um computador em que Hamurabi está sentado navegando pela NET, senta na cadeira ao lado. Pede para que ele coloque na tabela do campeonato e mais uma vez passam a discutir os próximos jogos da rodada do Campeonato Brasileiro e quais as chances dos times que estão na liderança e próximos a ela. O professor começa a aula. A sonolência também volta com força total. Tenta prestar atenção na aula, mas o sono parece ser maior. Decide sair e lavar o rosto. Retorna a sala. Parece que por alguns minutos o sono a deixou em paz. Só impressão. Resolve sair e beber uma coca, quem sabe a cafeína não a desperte. Dessa vez parece ter efeito. Retorna a aula bem mais alerta. O professor passa um exercício: faça um diário sobre o seu dia. Retorna a mesa do computador onde havia deixado as suas coisas e passa a digitar rapidamente, como se as lembranças do que fez minutos, horas atrás, surgissem como um redemoinho de ações. Termina a princípio, a primeira parte do trabalho, e sai da sala acompanhada de Mariana, estão indo almoçar no restaurante Maktub. Almoçam vendo TV. Após o almoço, ela sai, ainda na companhia de sua colega de sala, retornando à universidade. O trajeto é interrompido por uma entrada no Banco Bradesco. Entra, se põe na fila, saca dinheiro, sai do banco e vai andando. O caminho é novamente desviado, agora já próximo a universidade. Entra no “Bar de Gel” compra uma água mineral, aceita um chiclete de hortelã oferecido por Mariana e seguem as duas em direção ao CAHL. Sobem as escadas, vão para biblioteca, puxam umas cadeiras e retomam um papo animado agora junto com Hamurabi. Minutos depois, Alene, a professora da tarde de segunda, chega e chama todos para a sala. Ela segue a professora em passa lentos e adentra o laboratório de jornalismo. Senta em um computador ao lado de Carol e começam a pensar na continuação do seu projeto da disciplina Editoração e Processos Gráficos. Oops, os planos para o projeto terão que ser interrompidos, Alene, que sempre chega com a “corda toda” (rsrs) já encheu o quadro com um estudo dirigido a ser entregue até 15:30. Que droga! Lamenta. Mas fazer o que? Pega o caderno e começa a anotar as questões. Entre uma linha e outra, dá palpites nas matérias atrasadas da colega Carol. A colega, decide interromper o que está fazendo e ir dar uma ajuda com o texto. As duas debatem e chegam a conclusão de 4 das 5 perguntas do Estudo Dirigido. “Ah eu tô com fome, bora lá em Gel?”, Carol prontamente aceita: “Vamos sim”. Levanta, acompanhada pela colega e saem da sala. Em Gel, pega uma fanta pequena e um salgadinho “pimentinha”. Carol pega um pacote de biscoitinhos e as duas sentam a comer e conversarem. As duas levantam e vão em direção oposta ao CAHL. Chega na farmácia e pede um crédito para o celular. Sai de lá e aproveitam a chance para ajudar a colega a entrevistar pessoas para matérias e assim poder finalmente entregar as matérias atrasadas. Retornam à universidade. Voltam à sala e sentam-se novamente em dupla em um computador. A professora libera a turma e ela sai em direção ao portão. Encontra com Lise no caminho e passar a conversar e rir, enquanto Lorena canta uma música em arrocha. Deixa a universidade junto com as meninas e vai para a frente do prédio a espera da van, anciosa pela volta para casa. Entra na van, senta-se no banco entre Hamurabi e Lorena. Pega os fones do mp4 rosa e põe no ouvido. Mais uma vez cai em sono pesado apesar de todas as vozes e o som do carro ligado. Dorme e acorda com alguém falando seu nome, é Hamurabi. Quando olha para fora da janela, identifica: já está de volta a Feira. Apesar de já estar dentro da cidade, o trajeto é longo. Será uma das últimas a ser deixada em casa.A van pára. Desce, se despede. Lembra a Danilo, o motorista, que amanhã irá de manhã. Desce e abre o portão. Olha para a rua e vê seu irmão chegando. Deixa o portão aberto para que ele entre. Chega em casa e vai logo em direção à mãe e a tia, conversa animadamente esquecendo todo o cansaço do dia. Toma banho. Janta. Vai para o quarto e senta-se na mesa do computador. Termina a descrição passada por Leandro, esta manhã, enquanto, entre um bocejo e outro, dá conselhos a melhor amiga pelo msn e responde a recados do orkut. São 21:30, o sono e o cansaço agora já dominam. Resolve terminar de uma vez o trabalho, postá-lo e ir para a cama. Amanhã será mais um longo, cansativo e sonolento para Dani.

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