quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

É agora ou nunca

O dia é hoje, não tem jeito. A gente já ta nessa enrolação há mais de um mês e as coisas não andam nem pra frente nem pra trás. Será que ele vai chegar na hora? Não, claro que não.Desde o começo que ele nunca chega, só pra me deixar mais nervosa... Eu já o conheço, já sei de muita coisa sobre ele. Merda, por que eu tinha que estar apaixonada?! Até hoje só quebrei a cara com isso. Parece que não aprendo, ou gosto de sofrer. Será que é possível alguém gostar de sofrer? Se não for, não sei diagnosticar meu caso. Não consigo pensar em nada com nada. Já são oito horas, ele sempre chega por esse horário, que ansiedade! Oito e quinze, oito e meia, cadê ele? Penso na festa de ontem, era pra eu ter ficado com alguém, assim não ia ficar tão na cara que eu estou gostando. Mas será que era mesmo? Não consegui. O que será que eu devia ter feito? Paciência, não consigo fazer o que não quero. E olhe que oportunidades não me faltaram. Na verdade só faltou ele. Porque era nele que eu pensava, era ele que eu queria. Eu fiz a coisa certa, não ia agir de um jeito que não sou. Se for pra haver alguma decepção, que seja minha com ele e não ele comigo. Já estou meio que acostumada. A menina ingênua que acredita no amor se prepara pra mais uma. Não, ele é diferente, é diferente de todos os que eu já conheci, tem que ser, eu tô me confiando nisso. Já vão dar nove horas, até que enfim ele chegou. Eu falo? Ou eu não falo nada? Está incrivelmente bonito, parece que veio assim pra me provocar. E muito cheiroso também, como de costume fico viajando em seu perfume. Por onde eu começo? Vamos sentar no quintal, assim ficamos sozinhos e eu consigo criar coragem pra dizer alguma coisa. Digo? Não digo? A essa altura do campeonato ele já percebeu que eu tô diferente, por isso pergunta se está acontecendo alguma coisa. É agora ou não é nunca mais. Porque do jeito que tá não dá pra continuar não, eu to me apegando demais, já vi esse filme... Respiro fundo e vamo lá. O seguinte é esse, a gente já ta “junto” há mais de um mês e eu to começando a gostar de verdade. Ontem eu fui pra festa e não fiquei com ninguém porque pensei o tempo inteiro em você, e quero saber o que você ta sentindo. Do jeito que ta pra mim não dá mais, vou acabar quebrando a minha cara. Pronto, falei demais. Praticamente me joguei pra ele, o que deve estar pensando? Sim, ele está reflexivo, tento quebrar o clima de algum jeito. Fala alguma coisa... Ele muda de assunto e permanece calado, ou falando pouco. Pronto, quebrei minha cara de novo. E o pior é que não adianta esconder, eu to gostando muito. O que eu faço? Tento parecer calma, mas meus nervos estão à flor da pele. Fico quieta observando. Que horas ele vai falar alguma coisa? Passaram-se duas horas até que finalmente quebrou o clima de tensão, porque eu já estava tensa. Me enrolou um pouco e falou sobre algumas coisas sobre as quais não prestei muita atenção, meus ouvidos estavam programados pra ouvir duas coisas, e meus olhos e minha boca já estavam semi-acionados, caso acontecesse o pior. Eu não podia me humilhar, não podia mostrar a minha fragilidade. Seria forte e fria até o momento que ele fosse embora, aí sim eu podia desabar. Que drama, meu Deus, que nervoso. Até que, num determinado momento que em nem consigo lembrar ele diz: “acho que já ta na hora de a gente passar para um compromisso mais sério, não é?” Toda aquela tensão, aquele medo, aquela ansiedade, aquela expectativa se esvaecem do meu corpo num enorme sorriso. Eu sabia que ele era diferente, que nunca me decepcionaria. Não era agora que eu iria errar. De repente tudo se transformou pra mim, e um beijo intenso confirmou minha resposta. “A gente vai ser feliz pra sempre”, foi meu último pensamento àquela noite.

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