segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Texto Série Equador

Rodando...

Por quase dois meses Cachoeira serviu de cenário para série portuguesa Equador.

Patrícia Neves

A cidade da Cachoeira teve sua rotina mudada entre os meses de julho e agosto, devido às gravações da série portuguesa Equador, baseada no best-seller do escritor português Miguel de Sousa Tavares, que vendeu 200 mil exemplares no Brasil.
Produzida pela TVI, canal de maior audiência em Portugal. “Equador é a mais importante produção feita por uma TV portuguesa”. diz Sergio Baptista coordenador de produção da série.
Dos 26 capítulos, 70% foram filmados em Cachoeira e em algumas fazendas da região, os outros 30% foram gravados em outras cidades brasileiras, como Valência no Rio de Janeiro e Itacaré na Bahia, também foram feitas gravações na Índia e em Portugal. Segundo Sergio a escolha da cidade cachoeirana foi feita após serem confirmadas as dificuldades de filmar nas ilhas de São Tomé e Príncipe na África, onde se passa a história. “Faltava desde lugar para hospedagem até animais como galinha e cavalo”, complementa.
Cachoeira foi à cidade mais propícia devido a sua arquitetura barroca do início do século XIX. A história se passa em 1905 e conta as desavenças de um triângulo amoroso entre o boêmio Luís Bernardo (Luis Filipe Duarte), David Lloyd Jameson (João Ricardo), e sua esposa Ann vivida pela atriz portuguesa Maria João Bastos, que já realizou trabalhos no Brasil na novela o Clone, Sabor da Paixão e Sitio do pica-pau amarelo, todos na Rede Globo.
Luís Bernardo recebe um chamado Português D. Carlos para uma missão patriótica: ser governador de São Tomé e Príncipe e se ocupar das relações diplomáticas com o cônsul David Lloyd Jameson - que a Inglaterra mandara para “vigiar” os portugueses devido à divergência sobre a escravidão. Incrédulo passa a acreditar no amor quando conhece a esposa de David, Ann, com quem vive um romance secreto.
Para a produção na cidade, alguns locais ganharam uma nova roupagem, muitas casas e estabelecimentos comerciais foram alugados, e passaram por pequenas reformas, além da utilização de várias peças cenográficas.
Nilza Vieira Mateus, aposentada, 74 anos, fala sobre sua satisfação em alugar seu imóvel que serviu de casa para modista. “Moro sozinha com meu filho e quase não uso essa sala. Aluguei também um móvel antigo. Com o dinheiro do aluguel, dá para fazer umas boas compras”, anima-se a dona-de-casa.
Cerca de 300 pessoas entre atores, técnicos, produtores e câmeras, lotaram os poucos hotéis da cidade. Segundo Daniel Santana atendente da Pousada do Convento, o hotel ficou com 100% de ocupação.
Para Cleide Conceição que trabalha na lanchonete Vieira o movimento foi muito bom. “Eles ficaram no hotel daqui, e comsumiam bastante aqui na lanchonete” diz a atendente.
O trânsito ficou caótico, pois, grande parte das filmagens foram ao ar livre. “Foi complicado para transitar pela cidade, mas é bom ver a cidade participando de uma coisa dessas”. diz Marcos Freitas morador da cidade.
A produção também contou com cerca de 1000 figurantes locais que se revezavam durante as gravações.
A população e os visitantes foram aos poucos se familiarizando. Em pouco tempo cada visitante já tinha seu lugar preferido para jantar ou apenas sentar e olhar o movimento da cidade. No final de semana atores, produtores e moradores da cidade se encontravam numa festa dance promovida por algumas pessoas que trabalhavam na produção.
João Lourenço diretor financeiro da TVI não quis dar informações sobre o custo da produção. “Não podemos revelar o quanto gastamos” diz ele.
Cachoeira também já serviu de cenário para outras produções como os filmes Jubiabá (1987), de Nelson Pereira dos Santos, e Cidade Baixa (2005), de Sérgio Machado, com os baianos Wagner Moura e Lázaro Ramos.

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