segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Política

Evento lota auditório e estreita laços com a comunidade

Lorena Souza e Talita Costa

Na tentativa de despertar o senso crítico e fazer com que o leitor opine de forma mais consciente, o debate, realizado pelo Reverso, com as presenças dos candidatos Luiz Araújo (PV-PT) e Raimundo Leite (PR-PDT), produziu um compromisso social com a comunidade e refletiu de forma positiva na sociedade de Cachoeira. “O Reverso, só em realizar um debate democrático, já realizou uma iniciativa fantástica para o processo de democracia, de liberdade de imprensa e de expressão”, afirmou o professor Péricles Diniz, um dos responsáveis pelo projeto.
A falta de um dos candidatos, o atual prefeito Fernando Pereira (PMDB), o Tato, não chegou a prejudicar. No entanto, todos concordaram que a presença dele seria importante. “Se ele estivesse presente teria uma discussão mais polêmica, já que os candidatos presentes o atacaram várias vezes”, disse Maísa Almeida, estudante de jornalismo da UFRB. Jurema Neves, integrante da equipe de campanha do atual prefeito, esteve no debate e afirmou que Tato não compareceu porque tem uma agenda lotada. Segundo ela, o prefeito já havia assumido compromissos anteriores. Para Jurema, Raimundo Leite e Luiz Araújo não são administradores porque não aproveitaram o tempo que tiveram para falar de suas propostas. “São dois candidatos que não dá um Tato”, disparou.
Para Roberto Roque, 41 anos, a ausência de Tato é uma vergonha. “Ele, que diz ser uma pessoa que detém 90% dos votos e coloca seu nome para ser candidato, tem que sentar com o povo para debater as propostas que são melhores para o município. Ao se omitir do debate, deixa de assumir um compromisso com a comunidade”, opina Roque.
Os ataques à candidatura do atual prefeito eram esperados e vistos por muitos como naturais. “Os candidatos atacaram o atual gestor quando deveriam se apresentar”, disse Sandrine Souza, mediadora do evento e estudante do curso de Jornalismo da UFRB. Rogério Torres, comerciante, afirmou que o ataque existiu porque o candidato à reeleição é quem está no poder.
Para Luiz Araújo, mais conhecido como Lu, quanto mais debates são realizados em um processo eleitoral, mais o eleitor é enriquecido, já que as discussões servem de exercício para os candidatos serem questionados quanto aos seus planos de governo. “Antes, nas eleições, o que mais se fazia, ao invés de debater, era iludir o povo com festas, e isso escondia o conteúdo das propostas e dos projetos dos candidatos”, disse Lu.
A presença da comunidade cachoeirana superou as expectativas dos organizadores, que não contavam com o grande número de pessoas que lotaram o auditório do Colégio Estadual da Cachoeira. Apesar disso, alguns participantes consideraram que o público deveria ser maior. “A comunidade cachoeirana não tem essa coisa de ir para ambientes fechados. Muitos têm medo de perseguição política”, disse João Mascarenhas, candidato a vice-prefeito da chapa de Raimundo Leite. Para Maísa, o evento contou com uma participação relevante da população e não teve mais gente porque Tato não estava. Ela acredita que grande parte do público era formado por cabos eleitorais.
Quanto à iniciativa do Reverso na produção do evento, foi unânime a idéia de responsabilidade social assumida pelos estudantes da universidade. “É uma prova da importância da UFRB que trouxe para dentro de Cachoeira um segmento jovem ativo e decidido, que vai irradiar um senso crítico na população como um todo e que vai ajudar a erradicar um comportamento passivo e até medroso na comunidade”, declarou Lu.

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