segunda-feira, 15 de setembro de 2008

ELEIÇÕES 2008

Adolescentes de Cachoeira se preparam para as eleições 2008

Voto de jovens vai fazer a diferença nas eleições municipais

Hamurabi Dias

Dos 1.500 títulos de eleitor cadastrados até 7 de maio de 2008, cerca de 80% estão nas mãos de adolescentes entre 16 a 18 anos, garante Antonio Fernando Paixão, chefe do Cartório Eleitoral de Cachoeira. Mesmo com o cancelamento de 8.000 títulos na revisão eleitoral ocorrida entre outubro e novembro de 2007, 21% dos eleitores do município é constituída por jovens nessa faixa etária ou ate 24 anos, onde pelo IBGE o individuo é classificado como jovem.
Cachoeira tem uma população votante, segundo contabilizado pelo TSE para as eleições 2008 de 20.140 eleitores, o que está no limite aceitável pelo Tribunal Superior Eleitoral de 65% da população. A parcela jovem desse eleitorado, a qual pertence a estudante secundaria Jamile Silva, 19, já está votando pela segunda vez. Influenciada por sua mãe que lhe indicara um candidato na eleição passada, Jamile se sente mais responsável e independente para exercer seu direito no dia 5 de outubro. Para Fernando Paixão, os jovens atualmente são muito suscetíveis a influencias alheias e também dos familiares e cabe a escola o papel de educar e formar novos eleitores conscientes.
ELEITOR POR OPÇÃO - O parágrafo 1 do capitulo 4 da Constituição diz que: "O alistamento eleitoral e o voto são: II - facultativos para: c) maiores de dezesseis e menores de dezoito anos." Mesmo não sendo obrigatório, Anderson Luis, 18, que também está em sua segunda eleição, não abre mão de votar. "Quis exercer o meu direito e escolher a pessoa que iria governar o meu país. Assisti todos os debates e analisei as propostas dos candidatos", diz Anderson acerca de seu primeiro voto.
Ele é estudante do CEC, presidente do Grêmio Estudantil Salvador da Rocha Passos e também acredita que está na escola a função de formar os novos eleitores.
Ele conta que já tentou realizar algumas atividades sobre esse tema no colégio, mas esbarra na falta de apoio da própria direção. Também lamenta o pouco interesse dos estudantes quando a questão é a política. Para ele o futuro prefeito de Cachoeira tem que investir nos jovens, capacitando-os para futuros empregos. Consciência ainda não criada por Idivanilson da Silva Nunes, 16, que conhece a lei que lhe garante votar, mas relatou falta de tempo para retirar o título. Mesmo não participando do sufrágio desse ano ele diz que o próximo prefeito e vereadores da cidade têm que ser honestos e cumprirem com as suas propostas.
NUMEROS – Do total de eleitores de Cachoeira, a maioria é formada por mulheres, que somam 52%, segundo dados do TSE. Os jovens de ambas as idades somam cerca de 4.300 votantes, e entre os que estão entre 16 e 18 anos, chegam a 478, mais de 2% do eleitorado, um pequeno numero que pode fazer a diferença na contagem dos votos.
Quando se fala em democracia é pertinente a importância do voto. Pelo atual cenário político do país, e pelo imenso apelo à propaganda política, se faz necessário em uma cidade patrimônio histórico, como Cachoeira, a inserção dos jovens com mais consciência eleitoral e responsabilidade, no contexto das eleições. O direito ao voto, sendo ele secreto, em qualquer que seja a idade, foi conquistado ao longo da historia do Brasil. Desde o Império, onde o voto era censitário e por renda, no inicio da Republica, na qual vigorou o voto do cabresto e que também não era secreto, até a Ditadura Militar em que os direitos políticos foram cassados, essa manifestação sempre sofreu limitações. Atualmente, todo cidadão, independente de sua renda e a partir dos 16 anos pode votar; os analfabetos podem ficar isentos de comparecer as urnas (eles estão nas três categorias onde o voto é facultativo), como também os idosos.

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