segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Política

Primeiro Passo
Debate político do dia 11, dá novos rumos a “política provinciana” de Cachoeira

Lorena Souza e Talita Costa

Na tentativa de despertar o senso crítico e fazer com que o leitor opine de forma mais consciente, debate com os candidatos à prefeitura de Cachoeira foi de tirar o fôlego. Faltando menos de um mês para as eleições, os candidatos presentes tiveram a chance de mostrar suas propostas e seus projetos de administração. O que no início serviria de atividade acadêmica para os jornalistas do Reverso, acabou tendo uma dimensão muito maior, porque assumiu um compromisso social com a comunidade e refletiu de forma positiva na sociedade de Cachoeira. “O reverso só em propor realizar um debate democrático já é uma iniciativa fantástica para o processo de democracia, de liberdade de imprensa e de expressão” afirmou Péricles, um dos responsáveis pelo projeto.
A falta de um dos candidatos, Fernando Pereira, mais conhecido como Tato, não chegou a prejudicar o debate, embora todos concordem que a presença dele seria importante. “Se ele estivesse presente teria uma discussão mais polêmica, já que os candidatos presentes o atacaram várias vezes”, diz Maísa Almeida, estudante de jornalismo da UFRB. Jurema Neves, membro da equipe de campanha do atual prefeito, esteve presente no evento e afirmou que o motivo por ele não ter comparecido é por ter uma agenda lotada, onde já havia assumido compromissos anteriores. Diz ainda, que já sabia o que ia acontecer: “um debate de ofensas, onde poucas propostas foram colocadas”.
Segundo Jurema, Raimundo Leite e Luiz Araújo não são administradores, porque não aproveitaram o tempo que tiveram para falar de suas propostas e apenas contribuiu para o que ela tinha certeza, “dois candidatos que não dá um de Tato”. Para Roberto Roque, 41, “a ausência é uma vergonha. Ele que diz ser uma pessoa que detém 90% dos votos e coloca seu nome para ser candidato, tem que sentar com o povo para debater as propostas que são melhores para o município e ao se omitir do debate deixa de assumir um compromisso com a comunidade”.
O ataque à candidatura do atual prefeito era esperado e visto por muitos como natural, embora pouco produtivo. “Os candidatos atacaram o atual gestor quando deveriam se apresentar”, diz Sandrine Souza, mediadora do evento. Rogério Torres, comerciante, afirma que o ataque existiu porque é ele quem está no poder.
A importância que o debate adquiriu foi muito importante. Luiz Araújo, mais conhecido como Lú, garante que quanto mais debates num processo eleitoral, mais enriquece o eleitor, já que serve de exercício para os candidatos serem questionados quanto aos seus planos de governo. E que age de instrumento enriquecedor para a população, “porque antes nas eleições, o que mais se fazia ao invés de debater, era iludir o povo com festas, e isso escondia o conteúdo das propostas e dos projetos dos candidatos”.
A presença da comunidade cachoeirana superou as expectativas dos organizadores, que não contava com o grande número de pessoas, lotando o auditório do Colégio Estadual da Cachoeira. “O debate deveria ter tido um público maior pelo que foi divulgado, mas a comunidade cachoeirana não tem essa coisa de ir para ambientes fechados”, diz o vice de Raimundo Leite. Para Maísa, o evento teve uma participação relevante da população e não teve mais gente, porque Tato não estava, além de grande parte do público ser formado por cabos eleitorais.
As pessoas que participaram do evento, puderam observar o que está por trás de cada candidatura e esclarecer dúvidas quanto aos acontecimentos entorno da política da cidade. Muitas reclamaram por não poderem participar. Jurema Neves afirma que “o debate deixou uma fresta quando as pessoas não fizeram perguntas”. Ao ser entrevistado, membro da equipe de campanha de Tato, o qual não se fez presente no debate e não quis se identificar, declarou que não foi, porque tinha coisa mais importante para fazer. Acredita também, que muitos se decepcionaram por assistirem a um debate cheio de “críticas destrutivas, de pessoas que não sabem fazer oposição”.
Quanto à iniciativa do Reverso na produção do evento, foi unânime a idéia de responsabilidade social assumida pelos estudantes da universidade. “É uma prova da importância da UFRB que trás para dentro de cachoeira um segmento jovem ativo e decidido, que vai irradiar um senso critico na população como um todo e que vai ajudar a erradicar um comportamento passivo e até medroso na comunidade”, declarou Lú.

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